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terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Zaqueu
Lucas 19: 1-7
Zaqueu era um homem muito rico, sua fortuna era resultado de trabalho e também de fraudes. Era chefe dos publicanos e superfaturava a cobrança de impostos que fazia para o governo romano. Era judeu, e apesar do prestigio social alcançado e da incontestável capacidade de liderar, sua presença não era das mais desejáveis: Um baixinho avarento e ganancioso que em nada se parecia com seu nome “Zaqueu” no hebraico, uma variação do nome Zacarias, significando “puro”. Diante do histórico do moço, é provável, que fosse “detonado” pelos olhares e gestos ao ser notado entre os seguidores de Jesus.
E como todo líder comercial é dado a estratégias de marketing, Zaqueu não hesita em planejar uma maneira de ver a Jesus. A passagem Dele em Jericó, era um acontecimento ímpar. Quem era o tão comentado carpinteiro que transformava a vida das pessoas? Zaqueu queria saber, conhecer de perto. Seria a atitude dele de fé ou de curiosidade? Eu diria que ambas as coisas. Algo já incomodava o pequeno publicano, no íntimo. Caso contrário, por que se arriscar tanto? Zaqueu estava curioso, mas ao mesmo tempo, fora despertado na fé , acreditava ser Jesus alguém especial capaz de realizar milagres.
E lá vinha Jesus, cercado de seguidores. Zaqueu corria pelas laterais, fazia zigue-zagues, esticava o pescoço e nada de chegar perto do Mestre. Ele então corre rapidamente para se adiantar aos demais e sobe em uma figueira brava. Esse tipo de árvore, tem copa farta, muitas folhas e não é tão alta. É interessante que a figueira escondia a Zaqueu, ele podia ver sem ser visto. Ao parar embaixo da árvore para falar com Zaqueu, Jesus demonstra sensibilidade e onisciência. Seu olhar foi muito além dos acontecimentos. As pessoas devem ter sorrido, zombado do baixinho pendurado no galho, mas a reação de Jesus é diferente e espanta a todos: “Zaqueu, desce depressa, vou para sua casa”!
Os murmurinhos da multidão eram de reprovação: “Como assim, repousar na casa desse ladrão? Ele não merece essa honra, tem afligido a muitos de nós!”. Jesus não estava preocupado em ser popular, em agradar a maioria, Ele queria salvar a Zaqueu, regar a semente de fé que já brotava em seu interior. O cobrador de impostos, deixaria de ser figueira brava, para ser figueira de vide excelente!
Jeremias 2:21 Eu mesmo te plantei como vide excelente, da semente mais pura;
como, pois, te tornaste para mim uma planta degenerada, como de vide brava?
Zaqueu, o puro, precisava retornar a sua essência e aquele encontro era a chance. Não sabemos como foi o diálogo de Jesus com Zaqueu no percurso até sua casa, o certo é que o baixinho fora profundamente marcado. Todos os que buscam Jesus são de fato, transformados através do diálogo, do encontro. A ordem de Jesus: “Zaqueu, desce da figueira” também pode ser traduzida como: “ Zaqueu, abandona essa vida , larga esses métodos corruptos, falhos, esses frutos imprestáveis”. Posição social elevada não é requisito de santidade. Status não compra salvação. Ainda que seja o mais influente dos homens, é preciso se humilhar diante de Deus para ser exaltado.
“Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.” Lucas 14:11. Desce, Zaqueu, deixa a figueira brava!
Jantar na casa de alguém em Israel, era um costume que indicava amizade, cordialidade. Jesus, ao se oferecer para ir a casa de Zaqueu demonstra todo seu carisma e pacifismo. Jesus é irresistível como amigo, porque é verdadeiro e sem preconceitos! Que grande alegria tenho em saber que não existe fronteira, muro, obstáculo de qualquer espécie que impeça Jesus de chegar até nós -a não ser nós mesmos! Jesus escolhe Zaqueu sem se importar com as criticas. E por que o escolhe? Porque existia um desejo no coração de Zaqueu em ser transformado. Ninguém conseguiu ver isso. Para todos, ele era irrecuperável e merecia mesmo era castigo e desonra. Jesus viu. Nada há que esteja oculto aos Seus olhos, nem mesmo um pequenino homem acomodado entre a copa de uma figueira!
E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu DOU aos pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado. E disse-lhe Jesus: Hoje veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão .Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido. Lucas 19:8-10.
A declaração de Zaqueu é de arrependimento, agora ele conhecia Jesus de fato, não apenas de vista. Agora Zaqueu era o puro e não o caloteiro. Era figueira excelente e não a brava (na qual se apoiou a vida inteira). Ele estava se voluntariando para restituir além do que exigia a lei. Levítico 6:5 “... ou qualquer coisa sobre que jurou falso; por inteiro o restituirá, e ainda a isso acrescentará a quinta parte; a quem pertence, lho dará no dia em que trouxer a sua oferta pela culpa.” Ao invés de restituir um quinto, ele restituiria quatro vezes mais! È certo que a prática da defraudação não lhe seria mais própria e aqueles que já haviam sido prejudicados seriam recompensados. Um novo homem, uma nova vida!
A vida de Zaqueu e seu encontro com Jesus nos ensina muitas coisas, entre as quais:
É preciso buscar um encontro real com Jesus, não basta ouvir falar ou acompanhar de longe.
A transformação verdadeira do ser advém desse encontro em que o arrependimento se faz necessário e é consequência do relacionamento espiritual profundo com Deus.
Ao olhar para Jesus, nossas limitações são vencidas, obstáculos são superados.
O pecado não é capaz de conduzir a uma vida de paz.
Obedecer ao chamado de Deus implica renunciar a práticas antigas .
Jesus capacita os escolhidos para além do que olhos possam ver e ouvidos ouvir.
Jesus não faz acepção de pessoas.
É verdade, muitos de nós, mesmo andando com Jesus, desacreditamos na conversão de Zaqueus, figueira brava.
“Descer da figueira”: se humilhar perante Deus, confessar a culpa, abandonar o mundo.
Zaqueu, cujo nome significa puro, retorna a essência ao deixar Jesus entrar em seu coração.
O pecado corrompe, Jesus limpa para sermos quem Ele quer que sejamos.
Escolher obedecer a Deus pode implicar em frustrar a popularidade.
Bispo Anderson Camargo.

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